Introdução
Grandes são os desafios
enfrentados quando se procura direccionar as acções para a melhoria das
condições de vida no mundo. A educação tem um papel fundamental no
desenvolvimento das pessoas e das sociedades. Neste contexto, vê-se a
importância de incluir o tema transversal Meio Ambiente contido nos Parâmetros
Curriculares Nacionais, permeando toda a prática educacional.
Uma das formas é
utilizando as mídias e os meios de comunicação como ferramentas pedagógicas.
Como escreve Vandevelde (apud PERAYA, 1997) Ensinar tem um sentido muito
próximo de comunicar. Inserindo novas formas de aprendizado às actividades
pedagógicas, fará com que os alunos, mais do que memorizar conteúdos, aprendam
a aprender. Utilizando as tecnologias como práticas pedagógicas na educação
ambiental, fará com que o aluno se interesse mais pelo conteúdo e o coloque em
prática.
Esta pesquisa poderá
trazer como contribuições formas pelas quais a mídia e os meios de comunicação
podem auxiliar no ensino/aprendizagem, pois a tecnologia incentiva a escola a
ser o que sempre objectivou: crítica, fazendo do aluno não um vaso recipiente
de conhecimentos prontos e passivo, mas um ser activo, um sujeito da história.
A
Histórica da Mídia e a sua Evolução
Os primeiros meios de
comunicação de massa foram os livros, produzidos artesanalmente desde a
antiguidade, mas fabricados, em série, a partir da invenção da prensa, por
Gutemberg, na Alemanha, no século XV. O primeiro livro produzido pelo impressor
alemão foi a Bíblia de 42 linhas. A prensa permitiu o nascimento dos jornais e
das revistas a partir do século XVII. Os dois tipos de meios ganharam sua forma
moderna no início do século XX, nos Estados Unidos, e depois na Inglaterra, com
a penny press.
Os meios de comunicação
social passaram efectivamente a ter impacto social, sobretudo, no século XX, a
partir do advento da Televisão e do Rádio. Os meios electrónicos dominaram
plateias no mundo inteiro e tornaram-se instrumento permanente de emoção,
encanto, fantasia e informação
O avanço da tecnologia
permitiu a reprodução em grande quantidade de materiais informativos a baixo
custo. As tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação de
discos de música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros,
jornais e filmes a baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a
televisão e a rádio permitiram a reprodução electrónica de informações.
Os meios eram (pelo
menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo, um
obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto
ao crescer o volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a
margem de lucro. Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o
termo "meios de comunicação de massa" se referia basicamente a
jornais, revistas, rádio e televisões, no final do século XX a internet também
entrou fortemente no sector. Para alguns, também os telefones celulares já
podem ser considerados uma mídias.
Mídia
A palavra mídia deriva
da palavra meio, do latim médius, significando aquilo que está no meio ou entre
dois pontos. A partir dessa definição, pode-se inferir que uma mídia
educacional é um meio através do qual se transmite ou constrói conhecimentos. Meios
de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais
utilizados para transmitir textos, imagens e áudios para uma massa heterogénea
e indeterminada de pessoas.
Os meios mais
conhecidos são os livros, jornais, revistas, televisão, rádio e internet. Estão
distribuídos por todos os continentes e abrangem cerca de 99% da população
mundial. Estes aparatos existem desde o início da civilização humana, na medida
em que sistemas de criação, processamento, transmissão e recepção, fazem parte
natural dos sistemas sociais de interacção humana. O sistema dos meios de
comunicação de massa implica organizações geralmente amplas, complexas, com
grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho.
O universo dos meios de
comunicação implica, segundo Jorge Pedro Souza (2006), a existência de um
processo social (em que seres humanos trocam mensagens, através de um canal,
dentro de um contexto, com determinados efeitos) e uma actividade social, onde
pessoas, imersas em uma determinada cultura, trocam signos e significados.
Uma característica básica
dos meios de comunicação de massa é o fato de que eles empregam máquinas no
processo de mediação da comunicação: aparelhos e dispositivos mecânicos,
eléctricos e electrónicos, que possibilitam o registo permanente e a
multiplicação das mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas
(disco, rádio) em milhares ou milhões de cópias.
Mídias
no ensino/aprendizagem
Há pouco tempo para
alguns educadores existia o temor de que os recursos tecnológicos aplicados à
educação as mídias educacionais iriam substituir os professores. Esse temor
mostrou ser sem fundamento, uma vez que uma mídia é apenas um meio e como tal
não pode substituir o professor.
A incorporação das
inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é,
por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade
pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de
informações.
A concepção de ensino e
aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e
alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis -livro didáctico, jornal,
Rádio, televisão ou computador. A presença desse aparato tecnológico na sala de
aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve
servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de
conhecimentos por meio de uma actuação activa, crítica e criativa por parte de
alunos e professores.
É a ideia principal no
que respeita às mídias. Por um lado, estas mídias devem estar plenamente
integradas nas instituições educativas, dispondo alunos, docentes e professores
de condições de acesso facilitado e de frequentes oportunidades de formação.
Por outro lado, as mídias devem estar plenamente integradas na actividade de
ensino-aprendizagem, tanto ao nível dos saberes disciplinares como dos
transdisciplinares.
O processo de
ensino-aprendizagem comprometido com a formação global do indivíduo deve
analisar criticamente o repertório de informações disponíveis nas mídias. A
educação para a mídia deve funcionar levantando questionamentos, analisando as
narrativas, conectando ideias, levando o aluno a fazer relações e elaborações
pessoais sobre a sua visão da realidade, compartilhando-as no espaço da sala de
aula. Assim o docente poderá
entender a maneira como o educando elabora, recebe e processa as informações de
carácter audiovisual veiculadas pelas mídias.
Dentre as mídias
utilizadas no processo ensino-aprendizagem as mais utilizadas são o material
impresso, a televisão/vídeo e o rádio. Além disso, tem-se a informática como
uma das principais mídias utilizadas na actualidade, tendo a particularidade de
ser uma mídia multimédia, uma vez que agrega recursos de diversos tipos.
É visível a necessidade
de incluir as mídias1 no espaço escolar devido ao importante papel que estas
vêm assumindo na sociedade, gerando modificações tanto na prática pedagógica
quanto na estrutura educacional. Com essa inclusão, é possível tornar o ato de ensinar
e aprender um processo motivador e significativo, tanto para os educandos
quanto para os educadores.
Contribuições
das mídias no ensino/aprendizagem
A mídia pode ser
inserida em sala de aula através dos Recursos de Ensino. Estes segundo Gagné
(1971, p. 247) são componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à
estimulação para o aluno. Estes componentes são, além do professor, todos os
tipos de mídias que podem ser utilizadas em sala de aula, tais como, revistas,
livros, mapas, fotografias, gravações, filmes etc.
A utilização de
recursos de ensino diminui o nível de abstracção dos alunos, pois eles vêem na
prática o que estão aprendendo na escola, e podem relacionar a matéria
aprendida com fatos reais do seu quotidiano. Desta forma é mais fácil eles
absolverem os conteúdos escolares.
Utilizando as mídias
como ferramentas pedagógicas na complementaridade do ensino, a escola dará ao
aluno a oportunidade de se expressar de forma mais viva e completa. Com isso,
as escolas concentrarão a atenção dos alunos o que estimulará, entre outras
coisas, o senso crítico e o raciocínio. Deve haver disposição docente para
despertar não só o fascínio pelos meios de comunicação, mas também uma
racionalidade crítica.
A inserção das mídias
digitais na educação nos traz possibilidades que podem mudar as realidades,
muitas vezes, taxadas como impossíveis de se resolver. As tecnologias actuais
permitem a criação de situações de aprendizagens ricas, complexas e
diversificadas que contribuem para o indivíduo manifestar sua individualidade e
criatividade e estabelecer interacções de forma integral e eficiente.
A escola precisa estar
sempre atenta aos seus alunos e renovar seu processo pedagógico, trazendo para
o campo educacional a criatividade. Segundo Roldão (apud SCHENKEL4) a meta
última da educação é recolocar a dimensão racional e a dimensão imaginativa,
ambas, como elementos centrais, integradores de um processo global de
construção de conhecimento que faça de cada indivíduo uma pessoa mais bem
equipada para compreender a realidade.
O
Jornal no ensino/Aprendizagem
Na prática do ensino os
professores buscam inúmeras formas e técnicas de trabalhar um determinado
conteúdo, com a finalidade de facilitar o conhecimento para o aluno,
propiciando um conhecimento ideal para a formação intelectual e cognitiva do
mesmo.
De acordo com alguns
estudiosos, o uso do jornal deve ser inserido primeiramente no currículo
escolar e no plano político pedagógico da escola. Tal referência não quer dizer
especificamente do plano de acção da escola e sim do planeamento. Uma espécie
de rastreamento do que o professor pensa e do que ele quer construir. Em um
segundo instante entra a reflexão do professor de questionar a si próprio se
vale a pena utilizar o jornal e se realmente encontrou boas razões para tal
uso, pois caso ocorra o contrário será uma actividade mecânica e limitada.
A importância do uso
periódico do jornal é no sentido da necessidade do professor em reconhecer os
reais atributos que esse material oferece. O jornal é um material considerado
rico, desde que utilizado com sabedoria e principalmente planeamento. O jornal
oferece uma visão ampla e actualizada que proporcionam o trabalho em conjunto
dos recursos que a comunicação oferece, juntamente com tabelas, gráficos,
assuntos que exploram a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade. Enquanto
educador, o ideal é favorecer a interacção do aluno com a realidade social,
sendo o jornal considerado uma das fontes para atingir tal objectivo. O jornal
coloca o aluno na vivência e reflexão da actualidade, tornando um ser activo e
consequentemente participativo da realidade social.
Existem inúmeros
materiais que podem ser usados com essa finalidade e o jornal é considerado
como um deles, pois é extremamente positivo ao ser utilizado pelos educadores,
porém de forma sábia, planejada e com objectivos a alcançar. O jornal encontra
terreno fértil para alimentar discussões, debates e reflexões, fomentando a cidadania
e preparando os alunos para enfrentar um mundo cada vez mais competitivo e globalizado.
Por meio dos recursos oferecidos pelo rádio, em especial as técnicas
jornalísticas, o aluno passa a interagir-se com meio onde está inserido. Dessa
forma ele cria ambiente propício para expor suas ideias e discuti-las com os
demais membros da escola.
Justamente por isso, o
jornalismo pode servir como ferramenta no processo de ensino/aprendizagem. Já
que a voz humana é a principal sustentação da produção jornalística. Sendo o
papel do jornalista informar e formar seu público, porque não levar as técnicas
jornalísticas para dentro da escola com o propósito de favorecer a liberdade de
expressão e a troca de opiniões entre estudantes, professores da instituição de
ensino. O jornalismo pode ser considerado como parceiro desta conquista, pois
está inserido nos moldes da educação informal.
A
Rádio no ensino/Aprendizagem
O rádio nasce por um
mosaico de contribuições científicas que resultaram na possibilidade de
transmissão a distância da voz humana por meio de ondas electromagnéticas.
O rádio é um meio de
comunicação ágil e de fácil acesso. Justamente por essas características pode
ser um grande aliado no processo de aprendizagem, pois age de maneira eficaz no
campo das ideias. Trata-se de um meio de comunicação cego, mas que pode
estimular a imaginação no ensino/aprendizagem.
No ambiente de ensino/aprendizagem,
a rádio pode agir como propagador e difusor da cultura local, e então, os
estudantes, com o auxílio de professores, passaram a produzir programas
radiofónicos e descobrir um mundo novo, onde a opinião de adolescentes pode
conquistar o próprio espaço.
Os elementos da
linguagem radiofónica (música, efeitos sonoros e a voz humana) favorecem o
entendimento da mensagem e estimulam a imaginação, dando a oportunidade para
que o ouvinte tenha a liberdade de interpretar o que ouve de acordo com sua
formação e bagagem cultural. O rádio não é limitado e nem limita a imaginação
do receptor. Trata-se de um meio cego, mas que pode estimular a imaginação, de
modo que logo ao ouvir a voz do locutor o ouvinte tente visualizar o que ouve,
criando na mente a imagem do dono da voz.
Ao contrário da
televisão, em que as imagens são limitadas pelo tamanho da tela, as imagens do
rádio são do tamanho que você quiser, para produzir uma programação radiofónica
em uma instituição escolar não basta adquirir equipamentos e entregar o
microfone nas mãos dos envolvidos. É necessário que haja uma preparação para
que todos tenham condições de serem protagonistas de uma acção enriquecedora do
ambiente escolar, certos de que estarão contribuindo com a formação dos demais membros
da comunidade.
A
TV no ensino/Aprendizagem
As pessoas que nasceram
nas últimas décadas, período de rápidas evoluções tecnológicas no mundo
inteiro, certamente encontrarão dificuldade em imaginar que, no início do
século passado, muito do que se tem hoje simplesmente não existia ou era
diferente de como conhecemos nos dias actuais. Um exemplo dessa afirmação é a
existência da televisão (TV), um veículo de comunicação fantástico que, em seus
primeiros anos, não ultrapassava a uma simples caixa de papelão repleta de
furos, com um farolete de bicicleta e uma lâmpada eléctrica.
A TV vem, a cada dia,
se tornando mais presente no quotidiano das pessoas e, com isso, está deixando
de ser apenas um veículo informativo e de entretenimento para ser, indiscutivelmente,
agente de educação. Assistir a televisão no âmbito familiar transformou-se em
um dos principais momentos em que os indivíduos estão reunidos exercitando a socialização.
Neste sentido, instituições de ensino e educadores necessitam de um olhar pedagógico
quando o assunto abordado é a utilização deste recurso nas práticas de ensino/aprendizagem.
A educação deve
abrir-se para o mundo da televisão, tomá-la como objecto de estudo, conhecê-la,
incorporá-la ao contexto pedagógico. Deve-se estudar a relação educação e
televisão de perspectivas diferentes e complementares: educação para uso
selectivo da TV; educação com a TV; educação pela TV.
As mídias aqui citadas
se referem às diferentes tecnologias da informação e da comunicação: TV, Rádio
e Jornal, utilizados para facilitar o processo ensino-aprendizagem. Em sua
prática pedagógica, os educadores estão cientes do valor da TV como veículo
informativo; entretanto, não usam este recurso e, menos ainda, utilizam sua
programação; sabem da importância e da gama de informações absorvidas pelos
alunos diante desta mídia de forte influência, mas esbarram em diversos medos
em se utilizar desse meio.
Quando se fala em
utilizar a TV como recurso pedagógico, a intenção não é substituir a linguagem
escrita pela audiovisual e, sim, tornar essa possibilidade um auxiliar do
ensino, criando oportunidades para que os educandos possam interpretar as
imagens observadas de maneira clara e objectiva. Uma das coisas mais
lastimáveis para um ser humano é não pertencer ao seu tempo. É se sentir um
exilado no tempo. Com isso quero te dizer que sou um homem da televisão, sou um
homem do rádio, também. Assisto a novelas, por exemplo, e aprendo muito
criticando-as. Uma das coisas mais lastimáveis para um ser humano é não
pertencer ao seu tempo. É se sentir um exilado no tempo. Com isso quero te
dizer que sou um homem da televisão, sou um homem do rádio, também. Assisto a
novelas, por exemplo, e aprendo muito criticando-as.
Conclusão
Os meios de comunicação
estão cada dia mais presentes na vida dos seres humanos. Nas escolas, eles se
vêem cada vez mais necessários e presentes. A educação começa a utilizar os
meios de comunicação e mídias como práticas pedagógicas para formar cidadãos
que aprendam a viver no mundo e não pelo mundo.
Nesse intuito, esses
meios se mostram aliados à prática da educação ambiental tema de relevante
importância neste século XXI. A intenção deste artigo foi propor as escolas e
aos professores a valorização dos meios de comunicação e mídias na sala de aula
como ferramenta de construção de realidades baseada em conteúdos de interesse
dos alunos, estimulando a criatividade, o interesse, a opinião pessoal e a
consciência crítica.
Recomenda-se que essas
práticas sejam adoptadas em nosso país, pois a nossa sobrevivência e das
gerações futuras dependerá das nossas atitudes e a educação é uma arma poderosa
na formação de cidadãos críticos e conscientes. Educação e acção, duas aliadas
neste século.
Bibliografia
http://www.crmariocovas.sp.gov.br
BELLONI, M. L. Educação para a mídia: missão urgente da escola.
In: Revista Comunicação e Sociedade. Ano X, n.17, p. 33-47. Pdf
CARNEIRO, V. L. Q.
Televisão e mediações pedagógicas. In: Linhas Críticas, V. 5, n. 9, jul
a dez, 1999.
CAPARELLI, Sergio; SANTOS,
Suzy dos. Televisão e Criança. Disponível em:
http://www.capparelli.com.br/tv.php
GUARESCHI, Pedrinho A;
BIZ, Osvaldo. Mídia, educaçã